Só mais um dia, só umas 8 horas de trabalho a mais para eu finalmente entrar de férias. Gosto do trabalho em si, mas olhar pela janela do banheiro (já que as outras ficam todas fechadas) à tarde e ver o sol brilhando e o resto dos mortais passando pra lá e pra cá, só me dá vontade de sair e deixar as paredes de cor cinza falando sozinhas. Chega: sexta-feira quem estará olhando lá de fora serei eu.

Não deu pra resistir: livros em espanhol baratinhos, na FNAC - ave, Gabo!

Quando penso que só faltam 4 dias para as férias, dá vontade de dar pulos de alegria, não só pela folga, sem chateação de clientes, mas também por não ter que aturar o chefe imediato mais preguiçoso que já vi. E eu que reclamava do antigo... O atual foi escolhido a contragosto pelo chefão, já que, se chamasse alguém de outra agência, a nossa ficaria com excesso de quadro e teria só 3 meses para se readequar. Ainda lembro como foi o "discurso" da nomeação: "vocês podem contar comigo, que darei o máximo de mim na nova função". "Dar o máximo" significa marcar uma visita de tempos em tempos, ir procrastinando o serviço e passar o resto do tempo reclamando da vida e navegando na internet? Certos dias dá uma vontade danada de falar umas verdades pra ele, mas até agora tô conseguindo me segurar. Ainda bem que o dia 30 está chegando, viva!

Puxa, aconteceu tanta coisa que tô até com preguiça de postar...

Depois da cirurgia pra corrigir a miopia, passei umas duas semanas sem enxergar direito, de perto inclusive, e acabou sendo um suplício passar o dia tentando decifrar os números na tela do micro, no Banco. Mas o tempo passou, fui melhorando a cada dia e hoje estou vendo muitíssimo bem; 91% até para longe!

Minha mãe teve crise de pressão alta, foi hospitalizada, por um dia. Meu pai, com um aneurisma na aorta abdominal, fez cirurgia tivemos que acionar judicialmente o plano de saúde para cobrir as despesas das próteses -, mas o organismo não agüentou: faleceu no último 14 de novembro, e, quer saber? Ainda bem que foi rápido, assim ele não sofreu muito. Ficar sedado, numa UTI, é uma das piores coisas que já vi. O pai da minha melhor amiga faleceu 31 dias antes do meu, depois de lutar por 2 ANOS E 11 MESES contra um tumor no cérebro, e o que meu pai mais pedia era para não ficar numa situação dessas, algum dia. Saber que ele sofreu menos de um mês nos conforta muito.

O namoro continua, próximo do 6.º mês: ele agüenta os meus pitis, eu faço que não vejo a maioria das criancices dele, e assim vai. Não é o príncipe encantado, sinto falta do arrebatamento de uma paixão (que não sinto quando estou com ele), mas o companheirismo é ótimo. Só não vou mentir pra mim mesma e dizer que não o trocarei por ninguém: brilho nos olhos e friozinho na barriga é preciso.

No próximo dia 1.º entro de férias, e já está marcada para o dia 13 a cirurgia na qual meu braço será preso na barriga; depois de 3 ou 4 semanas, um cirurgião plástico irá soltá-lo e transferir para ele pele e gordura da barriga, e o ortopedista tirará a placa que coloquei no pulso no ano passado. Tô me preparando psicologicamente para ficar esse tempo todo sem tomar banho direito e ter meus movimentos restringidos, mas é preciso: o osso tá muito perto da pele, precisa de uma camada de gordura de proteção. Engraçado foi ver, na primeira consulta, o médico apertar a minha barriga e dizer: mas tem pouca gordura, vai precisar de mais. E eu, na mesma hora: procure mais aí embaixo, que você acha! Pena que não dá pra tirar dos culotes, paciência.


*"I saw the light": porque só músicas leves me interessam.