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E hoje voltou aquela sensação ruim, aquele medo de pirar (sem aspas, ficar louca mesmo). Detesto sentir isso, é até difícil de explicar como é; o que posso dizer é que ficam passando na minha mente apenas coisas que não realizei, compromissos a que não compareci, prazos que não cumpri, pessoas que deveria visitar e não o fiz, e acabo me achando uma fracassada, débil, inapta a viver, porque, mesmo tendo deixado de fazer essas coisas, não me diverti ou vivi como deveria. Os pensamentos ficam conflitando na minha mente, ora dizendo "Você não fez isso, nem aquilo, que pecado grave, que horror, vc é culpada, culpada, CULPADA", ora achando que estar se culpando tanto é a maior bobagem, que eu não tenho que ser a certinha, fazer tudo do modo mais perfeito possível, só pra sair de boazinha na foto. Acho que isso é resultado de, mais uma vez, ter me isolado, me refugiado nos livros e evitado muito contato com outras pessoas. O problema é que sou anti-social mesmo - olha que piada: trabalho seis horas por dia no setor de ATENDIMENTO, tendo que tratar bem, agüentar e sorrir pra um bando de clientes escrotos, e isso me violenta por dentro -, sinto-me bem ao estar só comigo mesma, mas ao mesmo tempo tenho medo de pirar se continuar muito tempo assim. Não é que eu esteja TÃO isolada assim, passo o dia falando com gente, tem os colegas do banco, do curso, o pessoal daqui de casa, mas ninguém que realmente compartilhe algo comigo, sabe? Tem aquela parcela de mim, justamente a mais importante, que outros ainda não acessaram (ou não mereceram ou não quiseram), e que, no fundo, tem vontade de sair dessa repressão a que eu me inflingi e aparecer, mostrando ao(s) escolhido(s) como é diferente, interessante, bonita até, e não tem chance. Quero muito encontrar alguém (seja amigo ou amor) com quem possa compartilhá-la...
Karla
às 14:25 ::
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