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Estou começando a me sentir doente de novo. Isso é mau, muito mau: depressão à espreita. Não, é melhor que eu não vá assistir algum filme romântico, como o "Kate e Leopold" (é da Meg Ryan; não vale a pena linkar o roteiro). Melhor não inundar o cinema, não?
E agora me lembro o que costumava imaginar quando era mais nova: o meu enterro. Será que alguém iria sofrer com a minha morte? Era engraçada aquela demonstração de complexo de inferioridade: mentalizava uma a uma as pessoas mais chegadas e ficava especulando os motivos que elas tinham pra sentir a minha falta; juro que dava pulos de alegria quando encontrava pelo menos uma razão efetivamente concreta pra alguém me prantear - sinal de que nem tudo estava perdido e alguém gostava de mim -. No final, sobravam umas duas ou três e eu ficava contente, até o momento em que alguma delas me tratava mal e o meu mundo "caía" de novo. Meu Deus, como é que eu consegui sobreviver?
Puxa vida, nessa época eu devia estar seriamente doente da cabeça. Sabe qual era o meu desejo mais freqüente? Que o mundo se acabasse, para, assim, acabar com a minha agonia. Toda vez que alguém perto de mim tocava no assunto "fim do mundo" eu torcia pra que fosse verdade (todo mundo morrendo de medo e eu lá, tranqüila, quase feliz). Acho que vem daí o meu baixo instinto de sobrevivência: lembro que uma vez, já na época da faculdade (1995 ou 96), começou a sair fogo de um poste que ficava ao lado da nossa sala; todo mundo saiu correndo, colegas se deitaram no chão, tremendo, e eu só saí no último instante, e devagar, como se nada alarmante estivesse acontecendo. Não via razão pra tanto desespero: o máximo a acontecer seria a morte, mas e daí?
Karla
às 19:53 ::
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