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Ter que encarar todos os momentos difíceis (cada vez mais constantes) firme, monstrando-se inabalável, só pra mostrar a "fodona" que se é, cansa. Eu já disse que viver cansa? Pois é. Até sobreviver, como é o meu caso, demanda energia pra caramba. E eu agüento tudo, me remoendo por dentro, mas, por fora, impassível. Até que chega o fulgurante momento em que o meu sensor de sofrimento, sentindo que o meu limite de dor está prestes a ser atingido, soa o "alarme" e eu caio em mim: grito "chega!" e mando tudo pro inferno. O chato é que me rebelo ao exagero, contra tudo e contra todos, e o caos tenta se instalar nesse mundinho confuso que é o meu ser. Viro anti-social-bicho-eremita, magôo algumas pessoas, me afasto de outras, faço um monte de besteiras; me arrependo, sofro por mim e por elas, volto ao convívio dos meus e parece que nada aconteceu. Nada o escambau: é como se fosse preciso uma morrer para outra surgir, não dá pra notar isso? Ah, desculpa, esqueci que vocês não me notam; não se interessam, nem eu deixo coisa alguma transparecer. É confuso, admito. Cobro ou não cobro participação na novela da minha vida? Ops, errei novamente, vocês só aceitam uma mera figuração, estou errada? Mas tudo bem, estamos acertados, eu finjo que não ligo e vocês continuam seguindo com as suas vidas. E, "estando bom para ambas as partes", "let the river run", "the show must go on" (e mais todos os clichês cabíveis): com licença, ocupar-me-ei da minha existência. Até mais: se perguntarem por mim, fui ali sobreviver e já volto.
Karla
às 01:13 ::
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