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Querido diário:
Cena 1: um homem e uma mulher na calçadinha da praia, sentados lado a lado, mal se encarando. Um fala, o outro ouve; o segundo responde, o primeiro se cala. E ela com um nó no estômago o tempo todo, triste por estar vivendo aquela cena... Cena 2: ele sai num carro, ela noutro. E um vazio...
E foi assim, igual a uma novela mesmo. Sabe o que concluí? Que o namoro acabou por duas razões: 1.ª) medo dele de se envolver, o que o fez se "fechar" e ficar me evitando (e eu me magoar, conseqüentemente); 2.ª) muitos mal-entendidos - entenda-se falta de diálogo. Uma droga, sabe o que é você sentir que a situação fugiu do controle? Ele esperava que eu tomasse uma atitude, eu fiquei esperando que ele assim o fizesse. Falei tudo o que tava sentindo; foi bom, não restou mágoa. Ele pareceu estar triste, e eu fingi que tudo o que tava acontecendo era normal. Estou muito triste, mas sabia que como estava não poderia continuar: ele "fechado" no mundo particular que ele criou, eu sofrendo por estar me sentindo indesejada. Torço pra que ele reflita bastante e ainda tenha sobrado um pouco do sentimento do começo do namoro. Ainda gosto dele, mas não quero me iludir: ali reside um poço de orgulho. Hoje liguei pra saber como ele tava (pós-cirurgia), e também para implicitamente dizer que ainda continuávamos amigos. A conversa fluiu bem, perguntas sobre a turma, se eu ia sair hoje (bom sinal), lembrando bastante as que tínhamos antes de namorar. Metade de mim diz que tem volta; a outra fica me mandando não ter ilusões e seguir adiante. De uma coisa estou certa: agi da melhor maneira possível, coerentemente, de acordo com os meus sentimentos e sem intenção de magoá-lo; se não deu certo, não fui eu a responsável. Engraçado porque há pouco tempo atrás ele me mandou um e-mail que dizia que para amar era necessário correr riscos. Parece que ele próprio não entendeu essa mensagem...
Karla
às 21:11 ::
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