Cansada. De tudo e de todos. De ficar feito personagem de desenho animado, "assobiando", fingindo não ser comigo que estão acontecendo essas coisas. E mais última semana de aulas, trabalhos, provas. Stress, stress e mais stress no Banco. Uma coisa foi boa: a urticária se foi. O médico quer que eu faça exame de estômago, e já tô tomando um remédio para úlcera, refluxo, coisa parecida. Ia pedir um pra dor-de-cotovelo, mas fiquei com vergonha. Embora me ache bonita, nunca fui particularmente muito vaidosa, mas nos últimos dias deixei até de me preocupar com roupas: visto a primeira que aparece na frente, e nem me lembro a última vez que comprei alguma (e olha que trabalho num shopping...). O ex voltou a mandar mil e-mails, torpedo pro celular, mas tô com tanto medo de sofrer de novo que fico dizendo pra mim mesma que é só ilusão, que ele não quer voltar, e que, se isso acontecer, vai acabar "do nada", como antes. Pessimista de carteirinha, vejam só, sou sócia fundadora. A velha sensação de que os deuses estão jogando os dados e eu perdendo todas as apostas. Mas eles que tomem cuidado, porque no dia em que eu ganhar...
Sabe aquela coisa que você passa a vida toda temendo que aconteça? Pois é, aconteceu, ontem. Não, não vou entrar em detalhes; tenho vergonha só de pensar, e receio do estigma a que eu me auto-impus. Na verdade, nem sei se foi tão ruim assim, já que, na minha opinião, é melhor ver a coisa explodir de uma vez a ficar sofrendo aos poucos, tendo sobressaltos a todo instante, refém do medo. Ainda tô meio anestesiada, foi tão irreal que às vezes me pergunto se realmente aconteceu (a gente acaba achando que só acontece com os outros, mas os outros também somos nós). Há quase quinze dias falei pra psicóloga que eu era uma pessoa fraca, porém agora não penso mais assim: eu sou é muito forte, pra agüentar tudo isso firme e não deixar os de fora perceberem o que aconteceu. Claro que no começo do dia houve momentos em que só queria gritar pra todo mundo me deixar em paz pra eu poder lamber as minhas feridas, mas passou. Tudo passa, agora sei disso. O melhor de tudo é aquela intuição lá no fundo me dizendo que esse acontecimento foi uma espécie de marco divisório, e que o depois vai ser muito diferente. Tomara.
Bonito isso, né? Não sei se achei, não. Mensagem recebida hoje - acompanhada de outras 9 (?) não tão pessoais - diretamento do cara-que-não-sabe-o-que-quer. Note a sutileza: frase de efeito com rosas vermelhas ao fundo; típico. Decidi fazer o gênero "não tô nem aí" e apenas "deixar rolar", como sempre me aconselharam, fingir que foi mais um e-mail. Agora vou usar a cabeça e tentar não me machucar (tanto). É, Taci, você tá certa: eu (assim como todo mundo, né?) não mereço sofrer.
When the day is long and the night, the night is yours alone, when you're sure you've had enough of this life, well hang on. Don't let yourself go, everybody cries and everybody hurts sometimes.
Sometimes everything is wrong. Now it's time to sing along. When your day is night alone, (hold on, hold on) if you feel like letting go, (hold on) when you think you've had too much of this life, well hang on.
Everybody hurts. Take comfort in your friends. Everybody hurts. Don't throw your hand. Oh, no. Don't throw your hand. If you feel like you're alone, no, no, no, you are not alone
If you're on your own in this life, the days and nights are long, when you think you've had too much of this life to hang on.
Well, everybody hurts sometimes, everybody cries. And everybody hurts sometimes. And everybody hurts sometimes. So, hold on, hold on. Hold on, hold on. Hold on, hold on. Hold on, hold on. (Everybody hurts. You are not alone.)
Não, não passei todos esses dias dormindo; a Kava kava é ótimo, mas não evitou que eu passasse ontem a noite em claro por causa de uma urticária alérgica. Aliás, a urticária, já que foi do mesmo tipo que tive em 2002. Mas, quer saber? Prometi e vou cumprir: não vou mais me lamentar aqui no blog. Tô assistindo as coisas acontecerem na minha vida como se não fosse comigo, e, assim, tentar não enlouquecer com perguntas tipo "o que fiz para merecer isto?". Não é verdade que tudo passa? Então. Tô aqui, esperando.
Quem souber de algum hospício que esteja aceitando novos hóspedes, favor me avisar. Só tenho uma exigência: que os de lá sejam menos loucos que os daqui de casa.
Bendita Kava kava, dormi a noite toda... Karla
às 23:12 ::
quarta-feira, março 10, 2004
Outra noite sem dormir: cabeça "pesada", corpo todo dolorido e, mesmo com as idéias meio "embaralhadas", decidi que de hoje não passa; agora já é pessoal (tá atrapalhando a minha vida!) - ela vai me ajudar.
Só conseguir dormir lá pelas 3h, acordei um "caco" e decidi não trabalhar hoje. Tenho folgas pendentes, não tinha nada de urgente pra fazer, mas mesmo assim fica o sentimento de culpa - por faltar o trabalho - do qual não consigo me livrar. Boba, boba, boba.
Minha cabeça tá melhor, não morri, não matei ninguém (só tentei exterminar a criancice de dentro de mim), tô conseguindo enfrentar o dia sem chorar, mas o que é que eu faço com a insônia?
Li por aí: "There has always been heartache and pain; but when it's over you'll breathe again". É, Beth, tô me sentindo mais forte, sim. Quem sabe um dia eu aprenda a conviver comigo mesma...
Posso sonhar? Pois bem: uma semana das férias numa bela pousada à beira-mar, sem horários, sem agitos, até. Pode ser aqui perto, desde que não seja tão perto assim. Caminhar todos os dias, comer muito peixe, fazer sumir esta cor branco-escritório e, de quebra, todo o stress. E não precisar gastar muito, economizando pro futuro - que eu espero não seja tão longíquo - apê. Mas o melhor mesmo seria voltar e encontrar pessoas menos indecisas (eu incluída) e dispostas a se arriscar pra ser feliz. Ilusão pouca é bobagem.
Ouvir da minha mãe que ela lembrou de mim ontem na novela (?) foi demais: segundo a própria, foi na hora em que a Maria Clara Diniz (?) perguntou por que é que a gente não escolhia por quem se apaixonava. E ainda comparou o tal personagem do Marcos Palmeira com o meu ex. Eu poderia até ter dito que, no meu caso, ele já tinha se separado, sem filhos, e a ex-mulher também não quer mais nada com ele (embora não tenha engolido muito bem eu ter sido a primeira namorada pós-separação), mas deixei pra lá, não quis gastar saliva à toa. No entanto, o pior de tudo foram as perguntas que ela fez sobre ele, dando a entender que tava torcendo pra gente voltar. Depois de tanto sermão, agora que acabou tá dando força. Deus do céu, agüento isso não, quero uma família normal, pode ser?
A última pessoa que não havia assistido ainda "O Retorno do Rei" não existe mais: finalmente consegui vê-lo todinho, num cinema decente e sem nenhum "cabeção" na minha frente. A-DO-REI as cenas de guerra e a seqüência dos "faróis" se acendendo; não vou nem falar no Viggo "Aragorn" Mortensen - esse é hors-concours - mas o Orlando "Legolas" Bloom rendeu bons suspiros, só aqueles cabelos... Já contei que adoro homem cabeludo?
Decepções. Dúvida. Sabe o que é? Não sei se ainda quero alguém mais complicado que eu. Mas o coração ainda dispara, as mãos suam, etc. Droga, nem eu me entendo...
Finalmente uma noite inteira muito bem dormida, aleluia. Diagnóstico? Stress, pensaram que eu tava exagerando quando disse que precisava de férias? Falando nelas, 31 dias, e contando. (E não tomo jeito: quase meia-noite e não saio da frente do computador...)
Ontem ganhei, sem mais nem menos (só porque perguntei a ele lá no Banco se ia passar LOTR de novo), de um funcionário do cinema do outro shopping, um convite pra assistir qualquer sessão. Vou tomar mesmo vergonha na cara e dar um pulinho lá (tô louca pra ver "Something's Gotta Give"). :-)
Demorou toda a manhã, mas ler o "obrigado, de coração" valeu a pena.
Tô melhor, só precisando colocar o sono em dia; amanhã NÃO quero completar duas semanas de insônia.
Acabei o trabalho "trabalhoso" da facul, promessas de um "programa de índio" domingo no horto florestal e tá voltando a sensação de que tudo vai acabar bem no final, basta ter paciência.
Continuo puxando o côro com o Tim: "O que eu quero, é sossego..."
No meio desse "vendaval", coisas boas e ruins, como não pode deixar de ser:
1) Vírus Redlof no micro (esse eu nem conhecia!) - nada que duas pitadas de Norton comprado às pressas hoje não tenha sido capaz de neutralizá-lo;
2) Caixa de chocolate sexta e livro hoje: presentes de clientes (mulheres), "só porque você é um doce, K", e eu vermelha feito um pimentão;
3) Descobri que a ex (mulher) do meu ex (namorado) aprontou alguma coisa contra mim na época em que ainda estávamos namorando - não sei se fico contente com o e-mail "como antigamente" que ele mandou hoje ou se fico com raiva dele por ter acreditado nela ou volto pra ele sem pensar duas vezes ou largo tudo e vou me refugiar num mosteiro do Tibet.
Er... quem acha que colou levante o braço.
Karla
às 23:26 ::
Surtei ao pensar na possibilidade de alguém da facul ter entrado acidentalmente no antigo blog e lido toda a minha vida. Eu já falei que nem minha irmã sabe que eu tenho um blog? Pois é, privacidade total pra mim ainda é pouco. Porque é facílimo escrever as minhas bobagens pra vocês que moram longe - embora eu queira muito conhecer todos a quem mandei o e-mail com o novo endereço -, mas pensar que uma colega de trabalho fofoqueira, por exemplo, pode ter acesso a todos os meus pensamentos me dá arrepios. É quase como se eu tivesse sem roupa na frente de todo mundo (o que, aliás, é um sonho freqüente desde que eu estudava num colégio de freiras - isso dá uma ótima análise psicológica, né, Xará?).
Esse foi o texto que tava salvo no w.bloggar desde ontem, e teria sido até uma boa desculpa, acho. Mas se eu posso enganar a todos, a mim não consigo: a verdade é que já faz umas duas semanas que não consigo dormir, não como direito, choro à toa e até a minha menstruação voltou depois de só alguns dias, coisa que nunca havia acontecido nesses 17 anos. Sensação de não pertencer a lugar algum: casa, trabalho, amigos, vida afetiva - parece que em nenhuma dessas áreas nada dá certo. "Crise existencial", disse a psicóloga. Sim, e daí? No princípio a questão era: sufoco essa angústia e saio por aí como se nada tivesse errado ou a encaro de frente, para ver até onde ela pode me levar? Escolhi essa última quando não passava de uma dorzinha discreta, e agora não sei o que fazer com essa agonia dilacerante aqui dentro. Não, não é depressão; é "só" o espanto de sentir a vida, outrora tranqüila como um bonde sobre trilhos, estar desgovernada e eu sem freios para controlá-la. E se me perguntarem o que foi que aconteceu pra desencadear isso, vou ser bem sincera: nada. Não morreu ninguém próximo, não fui despedida, tô bem de saúde e até recebi com uma grana extra mês passado. Toda essa confusão é obra da minha mente traiçoeira, que vive querendo achar sentido pra tudo. Já pensei em entrar como voluntária num hospital ou asilo carente pra ver sofrimento de verdade e descobrir que tudo não passa de "capricho" de menina que reluta em crescer, mas o medo da sensação ficar reprimida e voltar depois com força redobrada é maior que tudo. Desta vez, preciso pagar pra ver.
1968: o ano que não
terminou 84 Charing Cross Road A Casa dos Espíritos A Cidade das Feras A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo A Guerra do Fim do Mundo
A invasão da América Latina
A Metamorfose A morte de Iván Ilitch
A mulher na construção do mundo futuro A revolução dos bichos
A Saga dos Plantagenetas A Tempestade dos Sonhos
Adeus às armas
Admirável Mundo Novo
As veias abertas da América Latina
Assim Falou Zaratustra Cem Anos de Solidão
Dom Quixote de la Mancha De Amor e de Sombras
Do Contrato Social El Plan Infinito Garibaldi & Manoela Máquina de Pinball Memória de minhas putas tristes
Memórias do Cárcere
Meu amigo Che Meu país inventado Mitologia ao alcance de todos Moça, interrompida Nas fronteiras da loucura O Amor nos Tempos do Cólera O Apanhador no Campo de Centeio O caçador de pipas O Guia do Mochileiro das Galáxias O homem e seu algoz
O lobo da estepe O príncipe
O processo O que eu amava O senhor das moscas
O tempo e o vento
O velho e o mar
O vermelho e o negro O vôo da gaivota Os ancestrais de Avalon Os catadores de conchas
Os dez dias que abalaram o mundo Os Incas: a princesa do Sol
Os seis meses em que fui homem
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Perto do coração selvagem Pride and Prejudice Razão e Sentimento Relato de um náufrago
Terra e Cinzas Violetas na Janela Zona Morta