Semana corrida, mas tããão boa... Realmente trabalhar no novo setor está sendo ótimo, e se antes era um martírio ir trabalhar, agora é o oposto: espero ansiosa chegar a hora de colocar a mão na massa - quer dizer, nos papéis. Sossegada (do jeito que gosto), sem precisar parar a toda hora para atender clientes, o trabalho rende que é uma beleza. E o gerente tá ferrado comigo: ele é daqueles que têm medo de trabalho - a frase clássica dele é "esse serviço não é meu" - e quando estou entusiasmada, ninguém me segura: quero resolver tudo quanto é de pepino que passa na minha frente. Engraçado o "olhar de pânico" dele quando eu digo "me dá aqui que eu vejo isso", mesmo não sendo assunto do setor... Em resumo: trabalho => OK.
Oficialmente as aulas começaram segunda, na facul: das quatro cadeiras, só um professor não faltou, vem paralisação e greve por aí, mas foi uma felicidade reencontrar a turma. Imagine uma "rodinha" de um monte de gente rindo, relembrando os apuros do semestre passado e imitando os tiques-nervosos (é assim o plural? não tem no Aurélio!) dos professores... Viagens perdidas à parte, fora Sociologia, pelos planos de curso já vi que vai ser uma maravilha estudar Pré-História e História Antiga II, e ainda História do Brasil Contemporâneo (com ênfase na abordagem econômica, oba!). Faculdade => OK.
Desde o meio do ano passado, quando, numa noite de muita tristeza, peguei uma agenda de 2002 e coloquei no papel a angústia que tava sentindo, vez por outra uso esse hábito como uma forma de desabafo. É doloroso e ao mesmo tempo um aprendizado reler tudo o que lá escrevi: a ansiedade no dia anterior por algo que acabou não acontecendo; angústia com o clima pesadíssimo em casa; ansiedade por algo que aconteceu e que tava mexendo demais comigo; raiva por estar gostando de um covarde... Muitos sentimentos misturados, expressos atabalhoadamente, quando o lápis tentava correr mais que o pensamento para que assim as frases terminassem tendo algum sentido... Tiveram, sim. Reparei que as ocasiões em que mais escrevi foram aquelas mais difíceis, em que eu era só solidão e desesperança, e me pegava pensando se a vida era só tristeza, já que era só isso que continham aquelas páginas.... Mas há dois dias, ah, foi diferente: de repente senti vontade de escrever na agenda de florzinhas, e deixar lá registrado que eu estava me sentindo bem. Mesmo sem ter aquela pessoa que eu tanto queria de volta, mesmo tendo me decepcionado demais com ele e alguns amigos, eu havia sobrevivido. E estava inteirona, mais forte do que nunca. E com tanta serenidade que já andei até pensando se sou eu mesma ou algum ser alienígena que tomou conta do meu corpo; uma amiga disse que era sinal de maturidade, não sei se é pra tanto. Só sei que tô me amarrando nessa paz e curtindo muito perceber de novo como até os dias rotineiros podem me deixar alegre só pelo simples fato de existirem. Trocando em miúdos: sofri, chorei, fiquei de mal com o mundo por achar que a minha felicidade dependia só dele mas estava re-don-da-men-te enganada; dá pra ver agora que o fato de não termos voltado pode ter evitado muitos problemas. E a nova-velha Karla agora se sente uma fortaleza, e - imaginem! - até menos boba que antes. Coração => OK.
Pode ser cedo pra falar, mas tô começando a gostar da versão de vida que criei pra mim. :)
Karla
às 23:59 ::
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