 Os acontecimentos daqueles dias ainda estão claros na memória. Fechado no escuro do quarto, querendo fugir do mundo que me chegava pelo rádio, eu, pouco mais que um menino, chorava, como se fosse morte a viagem-fuga do Presidente Jango. Os anos passados, a maturidade e a visão diária da injustiça e do ódio, da opressão, da mentira e do medo, me levam agora, adulto, em nome da verdade e da história, a reafirmar o menino: as lágrimas derramadas em 64 continuam justas. (Mensagem de Fernando Brant para o filme Jango, de Sílvio Tendler, denominada "Não à Censura, à Tortura, à Ditadura").
Dia de aula de História do Brasil Contemporâneo, dia de assistir o documentário Jango (de Silvio Tendler) e, mais uma vez, sentir arrepios ao ver as imagens da morte do estudante Edson Luís em 1968 (e os padres formando uma fila para evitar confronto daqueles que participaram da missa de sétimo dia com a polícia), a imagem de Che morto (e um emocionado Fidel mostrando a foto do companheiro de revolução); indignação, claro, com o depoimento dos generais (inclusive a confissão do Muricy)... Muita emoção.
Karla
às 22:30 ::
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