Post-desabafo:
Todos os anos, nunca teve muita graça: meus pais me perguntavam o que queria de presente (aniversário, Natal, etc.) e me davam, na maioria das vezes até antes da data. Nos últimos anos, porém, foi meio que "abolida" a troca de presentes: antes ou depois do dia, você vê o que o outro quer e vai lá na loja com a pessoa para ela escolher o modelo que quiser. Confesso que sempre desejei algum presente surpresa, de quem quer que fosse, mas nunca veio. Sempre comprei presentes para os amigos mais chegados, mas eles só retribuíam, assim, meio forçados, porque eu tinha comprado algo pra eles. Minha melhor amiga sempre comprava algo pra mim, mas coisas óbvias como uma agenda, apesar dos meus esforços de ser original e todo ano comprar uma coisa diferente. Desde que ela casou, embora tenha até aumentado o padrão de vida, passou a reclamar dos preços dos objetos, por ter que comprar presentes pra todo mundo, embora o seu guarda-roupa aumentasse a olhos vistos. Este ano joguei tudo pro alto: comprei presentes apenas para quem senti vontade de verdade - o funcionário da clínica de fisioterapia adorou, a moça que me vendeu o carro me ligou radiante, e eu fiquei realmente satisfeita. Não dei nem um cartão de Natal pra essa amiga, e presumo o quanto ela deve ter ficado aliviada por não "precisar" me dar nada (e claro que não deu). Não vou dizer que a menina carente aqui dentro não tinha um pouco daquela esperança de ganhar alguma coisa especial, embora o pedido constante de 2005 - o restabelecimento da saúde - tenha sido plenamente atendido, e Ele sabe o quanto agradeço todos os dias por isso. Mas, como a gente sempre pede mais, e mais, pedi também por um final de ano tranqüilo (ano passado morreu um tio e foi muito deprimente). Infelizmente, esse não pôde ser atendido: morreram um primo distante e a minha tia-avó. E o pior: meu pai, emagrecendo assustadoramente a cada dia, com problemas no fígado, pulmão e sangue, e deprimido, não está mais com vontade de viver. E eu só queria que esse aperto no coração fosse embora, pra nunca mais voltar.
Karla
às 23:39 ::
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