De volta ao teclado, digitando com todos os dedos novamente, olhando pro braço cheio de pontos, ainda inchado, mas agora bem mais parecido com o do lado direito. Pena que foi preciso tirar um pouco mais de gordura da barriga, local onde a dor é maior e a cicatrização tá sendo difícil. Foi barra, viu? Só saí de casa mesmo, depois das cirurgias, terça passada, dia 16: mais de um mês presa, só vendo TV e lendo e-books no Palm. Sempre fui um pouquinho claustrofóbica, mas depois de tanto tempo dentro de um quarto pequeno, o pavor de lugares apertados aumentou bastante; tive até um pouco de falta de ar no quarto do hospital, nessa última estada. Depois de visitar meu pai durante um mês naquele hospital e de passar por 7 cirurgias, das quais 4 foram no mesmo lugar, rezei muito para não ficar mais de um dia internada. E, sim, estou realmente traumatizada, meu estômago embrulha só em pensar em voltar a ficar presa em um quarto do hospital da Unimed. Mas a vida continua, vou agendar um monte de sessões com a psicóloga e tentar extravasar todas as sensações das últimas semanas. Acabei de assistir Edifício Master: comovente. Tanto que vi o namorado, disfarçadamente, secar uma lágrima e dizer: "Pôxa, não tem nenhuma história alegre, não?" Doida pra ir ao cinema, até assisti "Uma noite no museu", mas foi difícil ficar duas horas sentadas numa poltrona não muito confortável, e o abdômen incomodou um bocado. Paciência. Tentando não pensar muito nas provações desta vida; um dia, conseguirei.
Karla
às 00:06 ::
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