Nos últimos meses, a palavra que mais saiu da minha boca como desculpa foi "correria". O problema é que não é muito diferente dos outros tempos: trabalho, facul, alguns problemas pessoais e só. Mas o cansaço que sinto é grande, essa é a questão. Ultimamente tenho me assustado ao me pegar constantemente pensando que o tempo está passando e eu passo quase a semana toda "trancada" das 8:00 às 18:00 na prisão do trabalho e a facul, que tanto me dava (e ainda dá) prazer passou a significar mais quatro paredes a me prender. Desde que fiz as duas últimas cirurgias e fiquei um mês inteiro limitada ao quarto, sala e cozinha, desenvolvi uma espécie de claustrofobia ocasional: não é estar presa que faz com que o peito aperte e comece uma sensação de falta de ar, mas o pensamento do confinamento que me perturba. Puramente psicológico, eu sei, tanto que na mesma hora começo a respirar fundo e direcionar a atenção para outra coisa, e a "crise" passa rápido. Mas olha, não é fácil, não.
No último mês tenho recebido muitos elogios, do chefe, dos colegas, dos professores. A história de ser forte, sempre tomar a iniciativa, não temer trabalho, etc. É bom ouvir isso, muito bom. Mas o que eu queria mesmo era não precisar vencer tantos obstáculos, ou melhor, não ter imposto a mim mesma a obrigação de vencer sempre. Cansaço, olha aí a origem do cansaço. Uma vez uma pessoa me falou que o que eu já passei, aos trinta, era mais do que muitos enfrentam a vida toda. Quer saber? Seria muito bom se não tivesse que ser assim.
Karla
às 20:33 ::
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